Universidade Federal De Pelotas
Polo: Sapucaia do Sul
Postagem dos alunos: Abrahão, Daiane, Henrique, Marlon e Viviane
O nosso grupo tem como
objetivo apresentar a história do colégio Americano, pois é considerado o
colégio mais antigo de Porto Alegre, ainda em atividade, fundado em 19 de
outubro de 1885.
A missão metodista de
origem norte-americana demonstrou em sua instalação aqui no Brasil a partir do
II Império Brasileiro, clara preferência pela educação formal como instrumento
mediador entre ela e a sociedade brasileira para implementação das aspirações
metodistas relacionadas ao Brasil, e está estreitamente relacionada à história
do protestantismo norte-americano no Brasil.
No século XIX, imigrantes
norte-americanos para cá vieram como representantes dos princípios da liberdade
e democracia e, imbuídos desses ideais, criaram escolas. Metodistas,
presbiterianos e batistas tinham em comum, propósitos de evangelizar e educar a
nação, portanto, a influência dessas igrejas é reconhecida antes no campo
educacional do que no religioso, como estratégia de suprir as necessidades dos
imigrantes de fala inglesa. Importa dizer suas concepções educacionais
valorizavam a formação das mulheres, incentivava a formação de valores
burgueses identificados ao trabalho e ao metodismo.
Assim,
em 1885, João da Costa Corrêa chegou em Porto Alegre e junto com sua família
vinha a jovem professora Carmen Chacon. No ano seguinte, Chacon fundou o
Colégio Evangélico Misto nº 1, em um prédio alugado à Praça General Marques, hoje Rua Dr.
Flores, localizado no Centro Histórico da cidade. Neste colégio, João Corrêa era o diretor e Carmem a
professora. Essas são as origens mais remotas do Colégio Americano.
Em
1889, Carmen Chacon faleceu por contrair tuberculose e então o colégio ficou a
cargo da Divisão de Mulheres da Igreja Episcopal do Sul, dos Estados Unidos da
América que, além de fazer a supervisão educacional, auxiliava a instituição
com recursos financeiros e de pessoal. O popularmente conhecido “Colégio das
Americanas” passou a chamar-se Colégio Americano, nas primeiras décadas do novo
século, sendo uma escola apenas para meninas.
Em 1921, suas alunas fundaram
o grêmio estudantil "Rui Barbosa"
(Gerb), a mais antiga organização estudantil
do Brasil. No mesmo ano, o colégio passou a funcionar em um prédio próprio, com
regimes de internato
e externato, na Avenida Independência. Em 1945, o Americano se mudou
para sua atual sede, no bairro Rio Branco.
Desde 2002, o Colégio Americano
está integrado à Rede Metodista de Educação do Sul.
Duas grandes transformações na história do IPA se
deram em um intervalo de quatro anos: a entrada de estudantes mulheres, em
1967, e a aula inaugural do curso de Educação Física, em 1971, abrindo caminho
para a implantação de novas opções de Ensino Superior, como Fisioterapia e
Terapia Ocupacional, em 1980.
Atualmente, o instituto oferece mais de 30 cursos de
graduação e outros 20 de pós-graduação, somando cerca de 10 mil estudantes. O
escritor Luis Fernando Verissimo e o treinador da Seleção Brasileira, Luiz
Felipe Scolari, estão entre os ex-alunos do IPA.
O PROCESSO FORMATIVO DO COLÉGIO
AMERICANO E NA ESCOLA NORMAL (1897-1913)
Para consolidar tal projeto
formativo, a Escola Normal foi aberta para ambos os sexos. No princípio de sua
existência, não se caracterizou como uma instituição aberta às variadas camadas
da população. Ao contrário, se tornou um espaço educativo frequentado por moças
e rapazes que atendiam o rigor dos processos seletivos e os de formação, ao
longo dos 3 anos do curso.
A
grade das disciplinas de ensino incluía as matérias de português, francês,
aritmética elementar, álgebra elementar, geografia geral, geografia do Brasil,
história do Brasil, desenho geométrico, desenho de ornato e figura, caligrafia
escrita e mecânica, noções de física e química, noções de história natural,
higiene, pedagogia, instrução moral e cívica, legislação escolar, exercícios
físicos e prática na Escola Modelo1. Para o sexo feminino acresciam-se as
disciplinas de trabalhos manuais e economia doméstica (DECRETO 178 de abril de
1908, Art. 3º).
Contribuições finais:
Após
a pesquisa ficamos bastante surpresos de como a educação no Brasil sofreu
modificações, e que vários valores não são mais aplicados nos dias de hoje, ou
seja, o respeito que os professores de antigamente tinham por parte das
famílias, e que realmente eram visto como mestres.
Para
fundamentar tal conclusão, realizamos uma entrevista com uma amiga de um dos
integrantes do grupo, chamada Sra. Teresa Bandeira, nascida em Porto Alegre na
data do dia 22/10/1930, hoje, com 83 anos.
Conforme
Sra. Teresa Bandeira, a educação da sua época era muito rígida, os pais
cobravam uma educação mais rigorosa para com seus filhos e os professores
tinham total apoio da família, sendo considerados como verdadeiros mestres.
Relata também que os conteúdos administrados na escola na época dela, possuíam
um nível maior de exigência para com os alunos, ou seja, em uma comparação que
Sra. Teresa Bandeira fez com seus filhos foi que o conteúdo administrado na 3ª
série do seu colegial, os seus filhos foram aprender bem depois da 3ª série. “A
mesma não soube informar em qual série que os conteúdos da 3ª série foram visto
pelos seus filhos”.
Perguntamos
a Sra. Teresa se ela tinha conhecimento do colégio Americano, e ela respondeu
que sim, e que era visto como um dos melhores na educação de Porto Alegre.
A
Sra. Teresa ainda expressa uma imensa tristeza que sente ao ver a educação se
perdendo ao longo dos anos, ainda reforça que a educação está assim é por falta
de uma educação mais rígida por parte dos pais.
Imagens que conseguimos do local:
O resgate histórico foi importantíssimo, mas acredito que deveríamos nos preocupar mais com o resgate de alguns costumes e valores. Infelizmente acho que o tipo de admiração e respeito que existiam não conseguiremos recuperar, mas, talvez, possamos reinventar a forma de ensinar para também nos tornarmos uma boa lembrança e um referencial positivo para as próximas gerações.
ResponderExcluirPrimeiro parabéns pelo trabalho e pelo resgate histórico. Também debatemos isso em nossa postagem. Que os valores mudaram isso é inegável, mas questões como educação e preservação dos valores de convivência permanecem imutáveis. Todos tem o seu espaço hoje, o mundo não é mais só dos adultos homens. É também dos jovens, crianças, terceira idade, das mulheres, enfim, de todos em geral. Todos tem opiniões válidas e importantes, temos um mundo conectado e integrado em informações e que ao mesmo tempo me parece que se torna menos educado, menos solidário, menos família, menos respeito. Trata-se portanto de um imenso paradoxo não acham? Abraço a todos.
ExcluirOlá pessoal, parabéns pelo trabalho, que bom que conseguiram conversar com alguém que viveu um momento diferente da educação que vivemos hoje. Através da pesquisa, da entrevista e do comentário que um dos colegas já postou, principalmente a partir da frase " talvez, possamos reinventar a forma de ensinar ...", o que vocês enquando educadores, pensam que podemos mudar na nossa atual educação para nos tornarmos "um referencial positivo"? Htcoimbra, utilizo tuas palavras para estimular nossa discussão... Aguardando ansiosamente as ideias de vocês para pensar novas alternativas para nossas reflexões. Abraço Taís
ResponderExcluirAcho que o segredo está em ser "um referencial positivo". Antigamente o aluno era doutrinado em um modelo de ensino sem espaço para o questionamento. Hoje já percebemos uma metodologia diversificada, que visa qualificar o aluno e valoriza suas opiniões. Isso aproxima a realidade do aluno do professor. Essa proximidade ajuda muito no processo de aprendizagem.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPois então, como driblar as dificuldades encontradas na educação se a própria sociedade não se preocupa? Como reinventar uma forma de ensinar, se precisamos de apoio...? Durante a pesquisa desse trabalho e através da entrevista com sra. Teresa, fez com que eu fizesse a seguinte reflexão: Antigamente os professores eram valorizados, mas infelizmente hoje em dia não são e isso é muito triste, pois a escola com a parceria dos familiares é a base de tudo, onde levará o aluno a desenvolver suas habilidades e competência. Diante de tantos fatores que prejudicam a prática docente, como podemos nos reinventar, se não somos favorecidos com atitudes positivas oriundas dos familiares.
ResponderExcluirTerminei um estágio essa semana, e aprendi que somente o conhecimento não basta para o professor, pois para transferir conhecimento temos que criar um vínculo afetivo com aluno, temos que ser "psicólogos" para podermos entrar na mente do aluno. A pessoa que escolhe a profissão de professor, deve ter uma sensibilidade aflorada para poder orientar o aluno no caminho a ser percorrido. Vivemos numa sociedade injusta, e o jeito que estou encontrando para ajudar os meus alunos, são as conversas, tentar entender o motivo de tantas revoltas, paciência, amor... é uma profissão muito desgastante, porém prazerosa na mesma proporção que é desgastante, portanto, venho me reinventado cada vez que uma nova situação se apresenta e concluo que somente o amor a profissão faz com possamos fazer com os alunos percebam a importância da educação em suas vidas.
É uma pena que valores tão importantes para a formação dos indivíduos foram se perdendo ao longo dos anos.
Concordo Daiane com a grande desvalorização dos professores. É no âmbito salarial e social também. Quando você diz que é professor, as pessoas te olham como coitadinho ou perguntam: "você trabalha ou é apenas professor?" A cada dia que passa, a função do professor passa a ser ministrar cada vez menos a disciplina que leciona, passando a cada vez mais formar valores sociais que já deveriam terem sido formados pela família, alias, a cada dia que passa, a família se torna cada vez mais uma coisa caricata. Muitos alunos só vão a escola para que a família não percam a bolsa de auxílio do governo. Acredito que esse perverso sistema tem que ser pensado e revertido o quanto antes. Não dá para pensarmos em um país emergente sem valores e educação.
ExcluirOlá Daiane, muito importante a tua contribuição, como trazes na tua escrita acredito que se reinventar é o grande segredo nos dias de hoje, tentar vencer a informação que chega rapidamente e de fácil acesso.
ExcluirWaldir, tua participação também nos trouxe boas reflexões! De que forma o professor deve enfrentar a desvalorização enfrentada hoje em dia? Motivar um aluno que só vai as aulas por obrigação. Como vocês fazem ou farão para se mantenham motivados como educadores. Abraço Taís
Muito bom o resgate histórico da educação formal de nosso país. Importante perceber como os aspectos sócio-culturais, bem como religiosos, fazem parte deste processo de fundação, não só do Colégio Americano, mas como de diversas outras instituições de ensino existentes até hoje. Nota-se também que muitas coisas mudaram da época de fundação (século XIX) para a atualidade. Porém, apesar de tantas modificações na área educacional e na sociedade como um todo, os aspectos "externos" como os já citados, continuam sendo fator integrante na educação.
ResponderExcluirOlá Abrahão, é bem interessante perceber como a história da fundação da escola perpassa a sua educação, as características de quem iniciou a formação e em que período de cada escola, por esse motivo é tão importante essa pesquisa para entendermos um pouco dessa influência na educação atual. Abraço Taís
ExcluirWaldir, sobre o sistema atual da educação, estou apavorada, não sabia que estava nesse estado de calamidade que está, só vi de verdade como está, agora que sou professora.
ResponderExcluirMas mesmo assim, eu ainda não perdi as esperanças, acredito que um dia as pessoas vão acordar e ver que podemos fazer mais e melhor, como professores, mas para isso as pessoas precisam querer e ver que o aluno tb quer.
É isso mesmo Vivi, tem que viver a sala de aula para descobrir a realidade do processo da educação. Para o professor, está cada vez mais desafiador mesmo. As atuais condições sociais e econômicas dos alunos, o fim do conceito família como conhecemos, novas gerações e cada vez mais, menos comprometimento dos governos com a educação. Na linha frente, estão os professores.
ExcluirOlá Viaviane e Waldir, cada vez que leio os comentários de vocês fica mais claro a importância de fazermos o link da história da educação para entendermos o processo de educação. O que vem acontecendo na política, na sociedade, interfere de que modo nesse processo da educação? O que estava acontecendo (no Brasil, na sociedade local), ou o que influenciou na educação na época que a escola que vocês pesquisaram foi fundada? Agurdop interação dos outros colegas também. Abraço Taís
ResponderExcluirOlá Marlon, concordo com tua reflexão, porém te deixarei uma questão para que possamos estimulkar a discussão... Porque que em "outros tempos" com a rigidez, com a falta de espaço do aluno e outras características que temos abordado no blog a educação era mais valorizada, o professor principalmente, e hoje com mais espaço, mais discussões, autonomia, a educação está tão "empobrecida", o professor tão desvalorizado e desacreditado? Aguardo contribuições ricas para a nossa discussão. Abraço Taís
ResponderExcluirPois é prof. todo mundo só fala nessa interação de aluno em sala de aula, das aulas diversificadas, mas falar é fácil, dentro da sala de aula não é tão fácil assim... óbvio que os alunos vão preferir aulas assim, pq a maioria deles querem só brincar, mas não concordo na fundamentação de conhecimento sem primeiro conhecer a teoria e depois sim colocar em prática... é tudo muito lindo falando, mas com essas modificações a educação está ficando exatamente como o governo quer, criando pessoas ignorantes, para não saberem votar corretamente e o país continuar degringolando... As vezes gostaria que a rigidez voltasse, pq naquele tempo se aprendia, ninguém passava de ano sem merecer, hj em dia se faz ou não faz chega uma época que a escola é obrigada a passar o aluno, então para que se esforçar? Não consigo me conformar com isso.
ResponderExcluirConcordo com o comentário da Viviane, a situação está crítica...
ResponderExcluirAs pessoas mais antigas sempre falam: "A educação vem de casa", essa frase é uma das mais certas que já escutei. A posturas dos alunos na escola nada mais é do que o reflexo das famílias, os filhos não possuem mais respeito pelos pais, mandam e desmando nos pais, mas me diz que maturidade uma criança tem para decidir alguma?
Os adultos não limitam os problemas, deixando respingar nas crianças, com certeza tais posturas deixam as crianças ansiosas, não acomodando tantas informações nas quais não possuem maturidade para compreende-las, o reflexo disso são crianças com problemas de aprendizagem, crianças revoltadas...
Outro dia li uma frase do Içami Tiba, que dizia assim: Pais que não são exigentes com seus filhos, criam filhos descomprometidos...
Sou a favor de uma educação mais rígida.
Segue um link bem interessante com Içami Tiba, vale a pena assistir:
http://www.youtube.com/watch?v=Rqglw2qfpsc
Olá Viviane, concordo com tuas reflexões e claro que quando falamos em fazer aulas mais lúdicas, mais dinâmicas, com mais exemplos práticos é sempre como forma de facilitar a compreensão do aluno sobre o conteúdo, mas claro sempre com a teoria, o conceito como fator mais importante. Sabemos que é muito difícil, acaba dando mais trabalho, mas são tentativas de que o aluno se sinta mais inserido, tenha explicações mais claras, fazer com, que o professor dinamize também, busque novas formas de explicar, mas com certeza nunca tirando o seu foco. São formas de tentar "reinventar" uma educação que está tão desacreditada. Abraço Taís
ResponderExcluirOlá Daiane, é verdade, esse é um outro problema bem importante que a escola/educação vem enfrentando, a falta de suporte das famílias. Porém sempre será necessário que a escola, o professor continue fazendo a sua parte, tentar esse contato com a família, estimular o aluno, ficar atento, infelizmente um colocar a culpa no outro (família- escola, escola - família) por desorganização ou falta de limites nao irá resolver, porém, a união de ambos poderá ajudar e muito. ) O que pensam sobre isso? Abraço Taís
ResponderExcluirOlá professora, concordo com você, os professores devem fazer sua parte, fazendo o que for possível, até porque alguns alunos passam mais tempos nas escolas do que com suas famílias.
ResponderExcluirAbraço
Oi pessoal minha mãe fez o ensino primário no Colégio Americano, ela era bolsista pois sua tia (Pepita de Leão) era professora lá e membro da igreja metodista de Porto Alegre.
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