Escola
de Surdos Bilíngüe
Salomão
Watnick
1. Nesta região as escolas tem inclusão de alunos surdos?
Ou há escolas com atendimento específico para surdos? Ou outras instituições
prestam este atendimento?
Sim, em Porto Alegre, teoricamente todas as escolas
regulares devem estar aptas para receberem alunos surdos. Há também
instituições, como a Escola de Surdos Bilingue Salomão Wartnick, que atendem
especificamente alunos surdos.
2.
Quantos
alunos surdos estudam nesta instituição? Qual é tipo de surdez (Surdo,
Deficiente Auditivo ou Surdo Oralizado)?
A Escola oferece o Ensino Fundamental para crianças
surdas de 6 à 14 anos (1º e 2º ciclo) e Serviço de Educação Precoce (EP)
direcionado a crianças de zero à 3 anos e Psicopedagogia Inicial (PI) de 3 a 5
anos. Oferece também aulas de Libras aos pais e responsáveis pelos alunos.
O Processo de ensino-aprendizagem na Escola é
bilingue, ou seja, a Libras (Língua Brasileira de Sinais) é a língua de
instrução e a Língua Portuguesa está presente na sua forma escrita.
TIPOS DE SURDEZ DOS ALUNOS QUE ESTUDAM NA
INSTITUIÇÃO SALOMÃO WATNICK
Todos
os alunos que estudam na instituição são surdos.
Os tipos de surdez dos alunos da escola são
variados. Segundo o banco de dados escolar há os três tipos de surdez entre os
alunos. Surdez de transmissão ou de condução: é quando existe uma lesão do
ouvido externo ou médio, que impede a transmissão das ondas sonoras. Neste caso
existe uma situação de audição reduzida.
* Surdez de recepção ou neurossensorial: é quando
existem lesões do ouvido interno ou do nervo auditivo que transmite o impulso
ao cérebro. A transmissão das vibrações sonoras é feita normalmente, mas a sua
transformação em percepção auditiva está perturbada. Existe assim, uma
dificuldade na identificação e integração da mensagem.
* Surdez mista: é quando existe, ao mesmo tempo,
uma lesão do aparelho de transmissão e de recepção.
3. Estes alunos sabem a Língua Brasileira de Sinais -
Libras? Onde aprenderam?
O nível de aquisição lingüística dos alunos da
escola é bem disforme. Muitos alunos são filhos de pais surdos, e já chegam na
escola com o domínio de sua língua materna, o que facilita na alfabetização e
aprendizado dos diversos conteúdos a serem cumpridos segundo normas dos PCNs.
Há alunos, que chegam na escola sem o domínio da LIBRAS ou da língua
portuguesa, geralmente estes alunos são filhos de pais ouvintes que desconhecem
a LIBRAS e negam a condição do filho de sujeito surdo. Um outro grupo, adquiriu
o conhecimento da língua através do contato com outros surdos.
4.
Na sala
de aula, o aluno surdo tem o profissional Tradutor/Intérprete de Língua
Brasileira de Sinais - Libras? Ou outros tipos de profissionais?
Na
escola Salomão Wainick, todos os professores são fluentes nas LIBRAS, possuem
curso de tradutor intérprete e/ou possuem o título de proficiência do
PROLIBRAS.
5. Há professores nesta instituição que sabem a Língua
Brasileira de Sinais - Libras?
Idem questão 4.
6. Após este levantamento o grupo deve analisar a
situação da inclusão do surdo nas escolas da região levando em consideração
questionamentos como: O poder público tem garantido condições de acesso e
aprendizagem aos alunos surdos? Como a comunidade (família, escola, ONGs,
entidades religiosas) atua para amparar o surdo na região/cidade? Os professores
estão preparado para atender alunos surdos?
a) Atualmente
o Brasil encontra-se em fase de implantação de alguns modelos educacionais de
orientação bilíngüe. Considerando a proposta bilíngüe para surdos, Skliar
(1997, p.144) “defende que o objetivo do modelo bilíngüe é criar uma identidade
bi-cultural, pois permite à criança surda desenvolver suas potencialidades
dentro da cultura surda e aproximar-se, através dela, à cultura ouvinte.
Defende-se que o atual processo educacional dos surdos deve ser visto sob a
perspectiva do direito de igualdade de oportunidades expresso na Constituição
Federal, nos artigos 205, 208, na Declaração de Salamanca, na LDB nº 9394/96,
bem como nas Leis de acessibilidade nº 10.172/01 e 10.098/00, nas Leis Estadual
e Federal nº 10.379/91 e 10.436/02, respectivamente, que instituem a Libras
como língua oficial da comunidade surda, e no Decreto 5.626/05 que regulamenta
o artigo 18 da Lei 10.098/00 e a Lei 10.436/02. “
A partir de orientações legais, as escolas
brasileiras passaram a adotar a Libras e, inclusive, acrescentá-la em seus
currículos como disciplina. É importante destacar também que, no primeiro
momento de aplicação da proposta de “educação inclusiva”, prevaleceram as
chamadas turmas mistas, compostas por alguns surdos em meio à maioria ouvinte..
Vale ressaltar que há várias formas de bilingüismo, bem como de oralismo,
aplicadas atualmente à escolarização dos surdos. Pode-se afirmar, segundo
Quadros (2004), “que uma educação de caráter bilíngüe implica necessariamente a
utilização de duas línguas separadamente dentro da escola. Isso quer dizer que
uma educação com bilingüismo reconhece que o surdo está inserido num contexto
bilíngüe, imerso, no caso do brasileiro, pela Libras e pela LP. Portanto, uma
educação bilíngüe de surdos seria aquela que supera a simples utilização de
duas línguas em momentos diferentes dentro da escola, ou seja, vai além da
imposição da língua majoritária ouvinte com sua carga cultural em detrimento da
língua natural dos surdos, a qual é vista somente como um instrumento, um meio
para se ensinar a língua majoritária, o português. As diferenças que podem ser
observadas nos projetos de escolarização bilíngüe de surdos conduzem à questão
do caráter sócio-lingüístico-cultural e pedagógico dessas propostas. A atual
proposta bilíngüe para surdos aceitaria a LS em si mesma e o surdo como “Surdo”
ou reproduziria veladamente um modelo oralista sob o termo de Bilingüismo. Em
outras palavras, a atual proposta de educação bilíngüe, aplicada no processo de
escolarização dos surdos, utiliza a LS como simples meio de ensinar a LP –
aludindo às capacidades dos sujeitos de aprender duas ou mais línguas – ou, ao
contrário, valoriza a LS em si mesma como língua natural dos surdos –
referindo-se à aceitação pedagógica da diferença de um grupo minoritário que
tem o direito de ser educado em sua própria língua? A criação de uma sala de
aula ou de uma escola que seja bilíngüe, com a presença da LP e da LS no
processo educacional, não quer dizer, necessariamente, que o processo
educacional se respalda num projeto educacional bilíngüe, o qual, ao considerar
o indivíduo surdo em sua totalidade, pressupõe uma profunda mudança nas
organizações, conceitos, diretrizes, metodologias, posturas e concepções
educacionais.”
b) No
ambiente familiar da criança surda, o sentimento de despreparo da maioria das
famílias para lidarem com a surdez e o pouco interesse de aprenderem a língua
de sinais com o filho, a falta de utilização de uma mesma língua com esse
indivíduo,levam a baixa qualidade de comunicação entre os membros das famílias.
A maioria das mães fica com a responsabilidade de cuidar do filho deficiente e
de lidar com as situações-problema, gerando estresse e sobrecarga das mesmas
pela falta de uma estrutura de apoio.
Em
relação à comunicação, para os pais, a falta do conhecimento da Libras é
evidente.
c) Os professores estão preparado para atender alunos
surdos?
Nem
todos.
DICAS:
LIBRAS - Alfabeto:
Link Dicionário da Língua Brasileira de Sinais
Grupo de trabalho: Ana Lucia Lima, Daniela Pacheco da Silva, Dóris Apolonia Russo, Jorge Roberto Santos Miranda, Paulo Fernando Soares e Fernando dos Santos.
Libras devia ser obrigatório em todas as escolas regulares, não acham? Nunca havia parado para pensar nisso, mas lendo todas as postagens no blog acho que seria o ideal. inclusive, após terminar essa licenciatura em matemática, quero fazer algo em relação a libras... acho mto interessante e como professora, gostaria de poder ajudar meus alunos que precisassem...
ResponderExcluirOlá pessoal, bom trabalho. A postagem do grupo traz a discussão do tema inclusive através da legislação. É importante saber que existem "alguns" olhares sobre o tema, de como deve ser feita a inclusão e quais os direitos dos surdos. O espaço está aberto para a discussão. Quem tiver contribuições para fazer só irá colaborar com a nossa discussão do tema. Abraço Taís
ResponderExcluirOlá turma, primeiro parabéns pelo trabalho e a forma relevante de como abordaram a entrevista. Acredito que o problema do despreparo das famílias ao não saberem conviver com o problema é o grande agravante no processo da inclusão. É fundamental que a família esteja engajada para inclusive se tornar um ponto de referencia para a escola e para os professores. Dessa forma, os professores podem buscar informações com a própria família sobre como lidar com certas situações, pois cada criança tem suas próprias peculiaridades que normalmente, apenas a família tem conhecimento e se faz importante compartilhar com os professores. A inclusão é uma tarefa conjunta e necessária. Abraços.
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho!
ResponderExcluirE aí pessoal, como está a elaboração da próxima tarefa do blog? Tudo ok? Estão conseguindo os prédios? Abraço Taís
ResponderExcluirBoa tarde,
ResponderExcluirSou a tutora a distância de Libras – Rubia.
Parabéns pela realização da pesquisa, e pela forma crítica que abordaram a mesma. A fundamentação teórica é essencial para dar bases à discussão.
A partir dos dados encontrados o que vocês acreditam ser a forma mais apropriada de atender alunos surdos: Em classes como atende a escola pesquisada ou em classes inclusivas (alunos surdos e ouvintes)?
Abraço
Quando iniciei a pesquisa aqui apresentada, fiquei fascinada com a escola Salomão. É um lugar onde todos usam LIBRAS, senti-me meio deslocada no início mas, todos foram muito atenciosos comigo. Até ganhei minha senha que é Lua.
ResponderExcluirPenso que a escola inclusiva é muito interessante, desde que o aluno de inclusão seja atendido por professores capacitados, pois não adiante inclui-lo numa escola em que não poderá aprender ou comunicar-se com os professores.
ResponderExcluirMas pela vivência que tenho tido no meio de surdos, eles próprios preferem escolas só para surdos, pois são um grupo muito organizado e as vezes meio radical.